Adriana e Kiko Dalla Vecchia são irmãos e gestores do grupo de eventos (Foto: Divulgação)
Até o surto do novo coronavírus chegar ao país, o Grupo Casa Vecchia, localizado em Guarapuava, município do interior do Paraná, atuava com três diferentes empresas de alto padrão: uma de eventos, outra de aluguel de equipamentos para festas e casamentos, além de um restaurante. O comércio alimentício era aberto ao público, mas funcionava mais como um suporte para atender a demanda por comida nas festividades.
Quando foram implementadas as restrições mais duras de funcionamento das atividades, os 12 eventos agendados foram cancelados. Da mesma maneira que a maior parte dos empreendedores do país, a alternativa para os sócios e irmãos, Adriana e Kiko Dalla Vecchia, foi recorrer à venda de hambúrgueres por delivery. "Vendeu muito bem e ajudou a manter as contas e funcionários das outras duas empresas que estavam com as portas fechadas", afirma Kiko, que é um dos chefes de cozinha do restaurante.
Entretanto, como houve um boom de oferta nos aplicativos, era necessário se diferenciar dos concorrentes. A nova solução foi disponibilizar pratos mais robustos e bem trabalhados dentro das 40 opções disponíveis, com um cardápio que atendesse o novo momento. "Em datas especiais, como o Dia das Mães, dos Namorados e dos Pais, a gente passou a oferecer um menu exclusivo. Enviamos durante o dia e a pessoa pode comer quando quiser, apenas esquentando no forno ou microondas", diz.
No ano passado, no Dia das Mães, a estratégia foi enviar maionese, risoto e massa prontos, deixando para o consumidor apenas o trabalho de assar o churrasco. Em alguns casos, a carne também foi enviada já temperada, com a tarefa de apenas acender a grelha. No Dia dos Namorados, os casais tinham a opção de comprar uma tábua de frios, filé mignon e uma massa, com petit gâteau de sobremesa.
As refeições são preparadas pensando na praticidade e conforto dos clientes (Foto: Divulgação)
Para o próximo dia 9, o cardápio será composto por um sofiatelli (massa sofisticada) recheado com peras e filé mignon com legumes glaceados, com entremet de sobremesa (uma espécie de torta francesa). Mesmo com a permissão para funcionar, a opção será abrir as portas com a capacidade reduzida, por conta do espaçamento entre as mesas. "Os Dias das Mães e Namorados são os que mais vendem em restaurantes. Só que as mães estão no grupo de risco. Então, a gente vai evitar a aglomeração e enviar tudo para a casa das famílias", explica o chefe.
Antes do isolamento social, o restaurante chegava a receber 150 pessoas por dia e, como grupo, faturava por volta de R$200 mil por mês. Hoje, são cerca de 40 consumidores diários e as empresas passaram a funcionar com 20% da receita mensal, cerca de R$40 mil. Por outro lado, a demanda por refeições via delivery girava em torno de 20 pedidos por dia. Neste momento, a compra diária por meio de plataformas está em cerca de 80 pedidos.
“Nós melhoramos o nosso delivery e contratamos mais gente para a entrega porque sabíamos que o funcionamento não retornaria tão rapidamente. Estamos lançando coisas novas toda a semana. Apostamos nesse modelo de serviço e vamos mantê-lo para o pós-pandemia”.